Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília
Bolsonaro não cumpriu promessa de campanha feita em 2018 de reduzir o gás de cozinha a R$ 35, dolarizou, e os preços chegam a até R$ 140 em algumas regiões do país.
O botijão de gás no Brasil está 25% mais caro que no mercado internacional, segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), e divulgado pelo Estadão, com base em dados nos preços internacionais, que são usados como referência para calcular a defasagem diária no custo da gasolina, do diesel e do gás de cozinha – Gás de Liquefeito (GLP).
Mesmo com as medidas criadas às vésperas das eleições pelo governo Bolsonaro e seus aliados, como cortes de impostos federais e estaduais e reduções do custo do gás nas refinarias da Petrobrás, os brasileiros estão pagando caro pelo botijão de 13 kg. A Petrobrás pratica hoje, em seus desembarques no Porto de Santos, o valor de R$ 49,19. Enquanto o botijão está estimado em cerca de R$ 39 no mercado internacional.
Na campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro prometeu gás de cozinha a R$ 35. Naquela época o gás custava em média R$ 65,07, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Bolsonaro nunca cumpriu sua promessa, pelo contrário, em seu governo o preço do combustível disparou e hoje está em R$ 110,62, podendo ser encontrado acima dos R$ 140 nas regiões Sudeste, Centro Oeste e Norte do país.
O alto custo do botijão de gás gerou mais dificuldades para o orçamento das famílias brasileiras, principalmente as de baixa renda – que frente ao problema foram forçadas a usar lenha ou outros combustíveis para cozinhar, situação essa que as expõem a riscos de queimaduras graves e incêndios. Desde 2018, a partir da escalada do valor do gás, a lenha passou a ser a segunda fonte de energia residencial mais utilizada no Brasil, de acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
“Em 2021, o consumo de lenha foi o maior em mais de uma década, de acordo com levantamento da EPE. O cenário atual, lamentavelmente, é de mais lenha e menos gás. Nem o auxílio gás foi até agora suficiente para impedir esse retrocesso, o que mostra o tamanho do problema”, destaca Gil Dantas do Observatório Social da Petrobrás.
Criado pelo Congresso Nacional como uma forma de amenizar o drama das famílias carentes, o auxílio gás é pago a cada dois meses e seu valor representa 100% do preço apurado pela ANP mensalmente – medida esta que vale apenas até o final deste ano. Em 2023, o valor retorna a corresponder a 50% do custo médio nacional.
Por Hora do povo