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Foram publicados nesta semana, na revista científica Frontiers in Aging Neuroscience, resultados de uma técnica desenvolvida por cientistas chineses: um exame de urina capaz de identificar a doença de Alzheimer no seu estágio inicial, antes mesmo do surgimento dos sintomas.
O método consiste em apontar um biomarcador, o ácido fórmico, que pode revelar a existência do Alzheimer.
Segundo afirmam os pesquisadores, esta seria uma ferramenta possível em larga escala, tendo em vista que as formas atuais de diagnosticar a doença ainda são caras, inconvenientes e inadequadas para a testagem de rotina. Os meios atuais para constatar o Alzheimer incluem tomografias que expõem o paciente à radiação ou coletas de sangue que requerem punção lombar para obter liquido cefalorraquidiano.
“Os estágios iniciais da doença ocorrem antes do estágio de demência irreversível, e esta é a janela de ouro para intervenção e tratamento. Portanto, a triagem em larga escala para a doença de Alzheimer em estágio inicial é necessária para os idosos”, dizem os autores do estudo.
Portanto, o exame de urina surge nesse contexto como algo não invasivo e barato.
O que é o ácido fórmico?
É um produto metabólico do formaldeído. No estudo, foram recrutadas 574 pessoas consideradas saudáveis e com cognição normal ou com diferentes graus de progressão do Alzheimer.
Foram analisadas as amostras de urinas de todos, além de eles terem passado por avaliações psicológicas.
Nas amostras de urina, foi observado nos pacientes com Alzheimer, um nível elevado de ácido fórmico, em comparação com os saudáveis. Os pesquisadores compararam os resultados da urina com exames de sangue que também identificaram biomarcadores de Alzheimer e chegaram a conclusão que os primeiros tinham mais precisão em identificar a doença em estágios iniciais.
“O ácido fórmico urinário mostrou uma excelente sensibilidade para triagem precoce de Alzheimer. A detecção de biomarcadores de Alzheimer na urina é conveniente e econômica, e deve ser realizada durante exames físicos de rotina em idosos”, afirmaram.
Por Euclides da cunha.com