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Especialistas falam sobre cuidados com a saúde durante o verão
Saúde
Publicado em 21/12/2022

Orla de Salvador, na região do Jardim de Alah — Foto: Valma Silva/g1

 

A estação do ano mais celebrada pela maior parte dos baianos começa pontualmente às 18h48 desta quarta-feira, 21 de dezembro de 2022. É verão no Hemisfério Sul e, para muita gente, chegou a hora de curtir dias de sol e calor. Entretanto, é preciso tomar alguns cuidados com a saúde, para que o momento de diversão e relaxamento não dê lugar a transtornos.

 

O g1 conversou com profissionais de saúde da Bahia, de diferentes especialidades, para saber os principais cuidados que devem ser tomados nesta época, durante os banhos de mar e piscina tão aguardados em Salvador e outras cidades.

 

Quando se fala no verão, o primeiro fator que surge na cabeça de muitas pessoas é a cútis. O mês de dezembro, inclusive, é marcado pela campanha Dezembro Laranja, que fomenta a conscientização sobre o Câncer de Pele e os cuidados necessários para a sua prevenção. Essas medidas precisam ser ampliadas durante a estação mais quente do ano, quando aumenta a incidência dos raios ultra violeta.

 

"O câncer de pele corresponde a 33% dos casos de cânceres no Brasil. A cada ano, são registrados 185 mil novos casos no país, então, falar em proteção não é algo supérfluo, é coisa séria", diz a médica Rebeka Galvão, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

 

Segundo a dermatologista, o uso do protetor solar é básico no dia-a-dia e deve ser mantido mesmo em períodos de céu nublado. E embora muito se fale na importância deste produto, o uso ainda é negligenciado por uma grande quantidade de pessoas, sobretudo homens de pele preta.

 

"As pessoas de pessoas de foto tipo mais alto, de pele negra, produzem mais melanina, pigmento que protege a pele dos raios. Mas isso não quer dizer que elas não sofram os danos cumulativos da falta de proteção ao longo dos anos. Há muitos casos de câncer de pele, melasma, e outras doenças relacionadas com a pele negra", afirma.

 

De acordo com Rebeka, o ideal é que as pessoas usem pelo menos um protetor solar com fator de proteção 30. Quem tem a pele com foto tipo mais baixo, ou seja, mais clara, deve usar um mínimo de 50 no FPS, além das que têm melasmas e histórico de câncer de pele. "Para as crianças, não indico menos que 50 [no FPS]. Criança costuma se expor mais ao sol, não consegue ficar só na sombra, então, está mais vulnerável", complementa a médica.

 

Ela recomenda os seguintes cuidados:

 

  • Exposição em horários de temperaturas mais amenas, quando diminui o índice de radiação solar;
  • Reaplicação do protetor solar a cada duas horas em todo o corpo, sem esquecer das orelhas, pés e extremidades, em geral;
  • Reforço de proteção com barreiras físicas, como roupas, chapéus e bonés - sobretudo para os calvos, que não devem esquecer de passar o protetor na cabeça.

 

Rebeka acrescenta que, nesta época do ano, são comuns em consultório os casos de insolação, queimaduras de primeiro grau. "A maioria desses pacientes são mulheres, que querem pegar um bronzeado e se excedem. Elas já chegam com descamação, despelando, até mesmo com bolhas, irritação em área muito extensa. Nesses casos, as pessoas têm mesmo que procurar um médico".

 

Ela aponta, ainda, que, além da sensibilidade na derme, sintomas como cefaleia, enjoos e vômitos são indicativos de gravidade da situação e precisam ser tratados por especialistas. Rebeka diz que, na maioria das vezes, esses quadros são acompanhados de desidratação, que apontam insuficiência na ingestão de líquidos, o que piora o estado de saúde da pessoa.

 

A nutricionista Gabriela Bossi diz que a hidratação adequada contribui de modo geral para a saúde humana, e alerta para a necessidade de beber bastante água na estação mais quente do ano. "Com o calor e o suor, o corpo perde água e sais minerais, o que ocasiona a desidratação", explica, indicando a água de coco como aliada na hidratação e reposição mineral - se vier direto da fruta, melhor ainda, pois máquinas e produtos envasados podem ter manutenção e cuidados inadequados.

 

Conforme Gabriela, em geral, cada indivíduo na fase adulta deve beber pelo menos dois litros de água, diariamente. "Para saber a quantidade exata que cada um precisa, incluindo crianças, adolescentes e idosos, basta multiplicar o peso do corpo por 35. O resultado vai dar o volume, em ml, necessário para lhe abastecer para as necessidades do dia a dia", orienta.

 

Outro fator que ocasiona desidratação são diarreias, que costumam aumentar durante o verão devido ao consumo de alimentos deteriorados, por causa das altas temperaturas, ou de procedência duvidosa. Quando estiver na rua, Gabriela aconselha que a pessoa consuma o que for preparado na hora por ambulantes.

 

"Um acarajé nesses casos, por exemplo, é frito no azeite quente e dificilmente terá microrganismos vivos no bolinho, que possam lhe fazer mal. Claro que há os outros itens, como salada, vatapá, mas já se diminui um perigo potencial. Já as porções de peixe com arroz que vêm prontas, são mais arriscadas, porque você não sabe há quanto tempo foram preparadas, há quanto o tempo está o vendedor ali, rodando com o produto. O famoso queijo coalho também é assado, mas muitas vezes a temperatura não alcança o centro dele no processo, não mata os microrganismos. Também não se sabe as condições de armazenamento. Queijo fora de refrigeração, não tem jeito, azeda".

 

As frutas in natura são uma boa opção de lanches para serem levados em passeios ao ar livre, "desde que bem lavadas". E ao contrário do que muitos pensam, sucos de frutas não desempenham papel importante na hidratação. No entanto, o consumo, especialmente das que são ricas em água, fortalecem o organismo e aumentam a imunidade, ajudando a evitar doenças virais típicas desta época do ano, por exemplo.

 

Entre essas doenças, estão a conjuntivite viral, altamente contagiosa, e que aparece por causa das aglomerações em eventos e outros locais, conforme aponta o oftalmologista Fabio Levy Cavalcante de Souza.

 

Ele alerta para outro tipo de conjuntivite, menos conhecido, mas com alta incidência em consultório nesta época do ano: a química. A doença aparece por causa do contato do olho com cloro de piscinas e sal da água do mar - neste caso, também pode ocorrer ressecamento do globo ocular, já que o sal naturalmente desidrata, e é indicado o uso de colírios lubrificantes.

 

"O sal, o cloro, alteram o PF da conjuntiva ocular, e nosso organismo reconhece como um corpo estranho. Daí ocorrem as irritações, a vermelhidão, que são muito parecidas com a conjuntivite viral e só um médico consegue diferenciar uma da outra", detalha Favio Levy, acrescentando que o ideal é mergulhar com óculos específicos ou de olhos fechados, para evitar problemas.

 

O oftalmologista alerta para doenças oculares que podem ser causadas pelos raios ultravioletas, que passam pela córnea, atravessam o cristalino e, por fim, agridem a retina, devido à exposição solar prolongada. Esses efeitos são cumulativos e sentidos a longo prazo, e podem resultar em sintomas.

 

Em alguns casos, as doenças podem evoluir para carcinomas e perda parcial ou total da visão. As mais comuns causadas por raios ultravioletas são:

 

  • Pinguécula - lesão amarelada e pouco elevada que se forma na conjuntiva, próxima à córnea;
  • Pterígio - formação espessa e vascularizada da conjuntiva que avança sobre a córnea;
  • Ceratite - inflamação da córnea;
  • Retinopatia solar - lesão na retina provocada pela observação direta do sol por um período de tempo excessivo sem proteção ocular.

 

Usar bonés, chapéus e principalmente óculos de sol é o primeiro passo para garantir que os olhos não sejam afetados facilmente. Contudo, é importante que as lentes possuam proteção 100% contra raios ultravioletas.

 

"As lentes que são apenas escuras, mas não têm proteção adequada, acabam prejudicando ainda mais a visão. Além de deixarem passar o raio, elas alteram o mecanismo da pupila, que regula a entrada de luz no olho. Em ambientes com muita luz, a pupila se fecha e em locais escuros, se dilata com o intuito de captar uma quantidade suficiente para formar a imagem. Quando você usa esses óculos de origem duvidosa, a pupila passa muito tempo dilatada".

 

Cuidados com os ouvidos

 

Um dos problemas de saúde mais comuns no verão são as otites, conhecidas popularmente como dor de ouvido. Nesta época do ano, a incidência aumenta por causa do tempo prolongado em água, seja de piscina, ou de mar.

 

"O ouvido é um ambiente quentinho e com a umidade pode ficar suscetível à proliferação de germes, fungos e bactérias", diz a otorrinolaringologista Mariana Mascarenhas Assis.

 

Conforme ela, o problema acomete pessoas de todas as idades, entretanto, as crianças estão mais vulneráveis, por passarem mais tempo na água. "Criança ama água, todo mundo sabe disso. E uma segunda coisa é que o condutor auditivo das crianças costuma ser menor, então existe uma dificuldade maior da água sair, com mais umidade, temperatura maior, então isso provoca mais otites".

 

Para evitar problema, tanto crianças quanto adultos precisam secar os ouvidos com toalha limpa e fina, até onde o dedo alcança, sem forçar; não usar hastes flexíveis, nem inserir nada no ouvido. Em caso de dor ou algo estranho, o ideal é procurar um médico.

 

"Entrou água no meu ouvido, o que devo fazer? Nunca, em hipótese alguma, inserir nada no ouvido, nenhum tipo de gotinha. Não colocar as hastes flexíveis, que são os famosos cotonetes. O que você pode fazer é deitar de lado em uma superfície, com uma toalha, e esperar que a água saia naturalmente. Aqueles pulinhos também são válidos", recomenda a otorrinolaringologista.

 

A otite externa, que acomete o conduto auditivo externo, é a causada por contato prolongado com a água ou uso excessivo de fones, além de hastes e outros itens. Existe também a otite da parte média do ouvido, muito comum em período de viagens, principalmente entre passageiros de avião, por causa da mudança brusca de pressão.

 

"Para evitar esse tipo de otite, você pode mascar chiclete durante o voo, fazer manobras de aumentar a pressão, como se fosse encher um balão de aniversário. Outra dica é fazer a lavagem nasal antes do voo", aconselha Mariana.

G1 Bahia

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