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Febre Maculosa deixa baianos que vão viajar em alerta
17/06/2023 07:58 em Saúde

Foto: Jerry Kirkhart | Wikimedia

 

Em meio ao feriado de São João, em que os baianos tendem a sair da capital e ir ao interior, especialistas em medicina veterinária alertam para cuidados com a febre maculosa, por meio da transmissão pelos vetores carrapatos amblyomma, conhecidos como carrapato-estrela. A atenção reaparece com as mortes causadas pela doença em Campinas, no interior de São Paulo, onde é endêmica.

 

Ao todo, quatro pessoas que estavam em uma fazenda na cidade do interior paulista morreram por febre maculosa. Os carrapatos são animais que, a princípio, habitam as zonas rurais. Por essa razão, existe a preocupação nesta época do ano festiva. Inclusive, com o Ministério da Saúde emitindo um alerta na última quarta-feira, para este caso na região Sudeste.

 

Em 2023, na Bahia, já foram registrados pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) 13 casos da doença, com cinco em Salvador, quatro em Nova Ibiá e um em Conceição do Jacuípe, Feira de Santana, Santo Antônio de Jesus e São Felipe. Quanto à classificação final, 6 casos foram descartados e 7 estão em investigação. Não houve registro de óbitos.

 

Entre as cidades, estão pontos turísticos famosos na época. A estimativa da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transporte e Comunicações da Bahia (Agerba) é de 165 mil passageiros que vão passar pelo Terminal Rodoviário de Salvador.

 

De acordo com a veterinária e especialista em clínica geral e imunologia pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), Simone Freitas, a febre maculosa é uma zoonose que pode ser transmitida dos animais para os seres humanos pelo vetor, sendo considerada muito grave porque têm uma alta taxa de letalidade. 

 

Para transmitir a doença, o carrapato, do gênero amblyomma, precisar picar um animal infectado, com os principais hospedeiros sendo as capivaras e os cavalos, e sugá-lo por quatro horas para poder transportar a bactéria rickettsia para uma pessoa. 

 

Simone acrescenta que o assunto voltou à tona, mas que não precisa de pânico porque não é uma doença comum na Bahia. O período de maior ocorrência da febre maculosa é entre agosto e outubro na região de Campinas. “Ela tomou essa proporção na mídia em função dos óbitos que aconteceram em Campinas. Não é algo novo. Na Bahia, não temos áreas verdes perto de lagoas e lagos, ambientes que favorecem o aparecimento dos carrapatos. Mas, caso vá para algum lugar desses, com cavalo ou capivara, a pessoa deve sempre usar repelente e passar nos animais domésticos”, alerta.

 

Em relação aos cães, que costumam carregar alguns carrapatos, esclarece alguns pontos. “O carrapato comum, que ataca mais os cães e chamamos de vermelhinho, são mais frequentes. No entanto, se for em um lugar que o cachorro conviva com cavalos, é possível que tenha o carrapato estrela e pique o cachorro e o seu dono”, finaliza Simone.

 

No âmbito nacional, o médico-veterinário e membro da Comissão Nacional de Saúde Pública Veterinária do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CNSPV/ CFMV), José Renato Costa, informa que o Ministério da Saúde tem um ofício de iniciar a investigação epidemiológica em até 48 horas após a notificação para avaliar a necessidade de adoção de medidas de controle. “Nós fazemos essa ponte de informações e de diálogo junto ao Ministério da Saúde, que dialoga com todos os estados e municípios para seguir as diretrizes de controle, prevenção e eliminação do carrapato.”

 

Sobre os principais sintomas, ele afirma que são: febre alta; dor de cabeça intensa; náuseas e vômitos; diarreia e dor abdominal; dor muscular constante; inchaço ou vermelhidão nas palmas das mãos e na sola dos pés. No estágio avançado, a doença evolui para gangrena nos dedos e na ponta das orelhas, com paralisia dos membros, que se inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando parada respiratória.

 

Por essa razão, há a necessidade de começar o tratamento a partir de qualquer sintoma. É uma doença de notificação obrigatória nos órgãos de saúde. “Se eu fui picada por um carrapato, os próximos 15 dias são cruciais para prestar atenção em qualquer tipo de alteração. Se eu vier de uma região propícia para o carrapato estrela, eu preciso procurar um médico e avisar onde eu estava”, pontua Simone.

 

Ambos os especialistas acrescentam que, além do uso do repelente, as pessoas devem evitar locais com grama ou vegetação alta; usar calças, botas e camisas com mangas compridas, lavando-as em água quente após o uso; não retirar ou esmagar os carrapatos com as mãos de forma desprotegida; e verificar, se você ou seus animais de estimação estão com carrapatos. 

 

Em nota, a Sesab orienta as secretarias municipais de saúde a: sensibilizar a rede de atenção à saúde, incluindo os serviços privados, sobre os sinais e sintomas, período de sazonalidade condutas clínicas e terapêuticas; reforçar a investigação sobre os casos que apresentam quadro de síndrome febril exantemática a partir do final de maio, que não tiveram diagnóstico confirmado; e notificar todo caso suspeito.

Por A Tarde

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