Foto: G1/Karol Vieira/Divulgação
Um estudo publicado na revista Nature Medicine revela que a vacina recombinante contra o herpes-zóster pode estar associada a um risco 17% menor de demência em comparação com a vacina atenuada, ao longo de seis anos após a vacinação.
A pesquisa, que analisou dados de saúde eletrônicos de 103.837 pessoas vacinadas entre 2017 e 2020, aponta que a vacina recombinante, composta por uma proteína do vírus combinada com o adjuvante AS01 e sem o vírus ativo, pode ter um impacto significativo na redução do risco de demência. Este estudo comparou a vacina recombinante com a vacina atenuada, que utiliza uma versão enfraquecida do vírus.
Embora estudos anteriores tenham sugerido que a vacina atenuada poderia ter um efeito protetor contra a demência, eles eram baseados em amostras menores e foram insuficientes para uma confirmação robusta. A vacina atenuada foi descontinuada em alguns países, incluindo os Estados Unidos, em favor da vacina recombinante, que demonstrou maior eficácia na prevenção do herpes-zóster.
Os resultados do novo estudo mostram que a vacina recombinante está associada a um aumento de 17% no tempo sem diagnóstico de demência, equivalente a 164 dias a mais sem a doença para os indivíduos afetados. Além disso, o efeito protetor da vacina foi 9% mais pronunciado em mulheres do que em homens.
O estudo também observou que ambas as vacinas, recombinante e atenuada, oferecem proteção contra a demência quando comparadas a outras vacinas comumente aplicadas a idosos, como a Tdap (tétano, difteria e coqueluche) e a vacina contra a gripe.
Apesar dos achados promissores, os autores do estudo ressaltam que a pesquisa é observacional e não estabelece uma relação causal direta entre a vacina e a prevenção da demência. Estudos adicionais serão necessários para confirmar e validar esses resultados.
Por Voz da Bahia