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De janeiro a outubro deste ano, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) registrou 141 óbitos em decorrência do câncer de próstata. Dados fornecidos pela pasta mostram que o tumor maligno acometeu pessoas a partir dos 45 anos, sendo que a maioria das vítimas tinha mais de 80 anos.
O levantamento também revela que o câncer de próstata é o tipo de tumor que mais matou homens na capital do país, nos primeiros 10 meses de 2024.
O câncer de próstata, na maioria dos casos, cresce de forma lenta e não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.
Em outros casos, pode crescer rapidamente, se espalhar para outros órgãos e causar a morte. Esse efeito é conhecido como metástase.
O médico João Marcos Ibrahim, urologista da Oncoclínicas Brasília, alerta que o rastreamento precoce, que inclui o Antígeno Prostático Específico (PSA) e o exame de toque retal, é crucial para identificar a doença em fases iniciais e reduzir o risco de mortalidade.
“A detecção precoce pode reduzir a mortalidade, pois permite tratamentos curativos em até 90% dos casos, enquanto diagnósticos tardios frequentemente levam a quadros mais avançados e de difícil controle. Sem rastreamento, o câncer de próstata pode evoluir silenciosamente, e em estágios avançados, as opções terapêuticas são mais limitadas e a cura é menos provável”, explica o urologista.
Por não apresentar sintomas, 95% dos casos de câncer de próstata são diagnosticados já em fase avançada, o que pode dificultar a cura, de acordo com a SES-DF. Os principais sintomas nesta fase são dor óssea, dores ao urinar, vontade de urinar com frequência e presença de sangue na urina e/ou no sêmen.
Os fatores de risco que precisam ser observados pelos homens são: o histórico familiar de câncer de próstata: pai, irmão e tio; raça: homens negros sofrem maior incidência deste tipo de câncer; e obesidade.
Para o diagnóstico precoce da doença, é recomendado que homens a partir de 50 anos, mesmo sem apresentar sintomas, procurem um urologista para avaliação individualizada. Aqueles que integram o grupo de risco são orientados a começar os exames mais cedo, a partir dos 45 anos.
O rastreamento deverá ser realizado após ampla discussão de riscos e potenciais benefícios, em decisão compartilhada com o paciente.
Em relação ao maior número de óbitos estar na faixa-etária dos 80 anos, o médico explica que a combinação do envelhecimento e limitações terapêuticas contribui para a alta mortalidade entre idosos com câncer de próstata.
Por Metrópoles