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Luiz Antonio Santos Silva, preso por manter a mulher e os filhos, de 19 e 22 anos, em cárcere privado por 17 anos, foi transferido para a Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, nesta quarta-feira (3). O g1 apurou que o preso está em uma cela coletiva da unidade.
A família foi resgatada por policiais militares do 27º BPM em uma casa sem saneamento em Guaratiba na quinta-feira (28).
Segundo a mulher, os filhos nunca tiveram contato com outras pessoas além da mãe e do pai, que os mantive trancados em casa e submeteu a família a agressões quase que diariamente. A mãe e os filhos viveram trancados em uma casa sem saneamento básico em Guaratiba, na Zona Oeste, durante todo esse tempo.
"Na verdade, eles nunca tinham visto ninguém. Eles só viam ela e ele. Não via ninguém. Então até colocar eles no convívio das pessoas é um pouco difícil", conta irmã da mulher, que foi responsável pela denúncia.
Segundo a denúncia, Luiz Antônio tinha o apelido de DJ por colocar música alta para abafar os gritos de socorro das vítimas. Apesar de terem 19 e 22 anos, quando foram resgatados os policiais acreditaram se tratar de crianças com cerca de 10 anos por causa da desnutrição.
A mãe, a filha de 22 anos e o filho de 19 receberam alta do hospital na noite desta sexta-feira (29) e foram levados para a casa de parentes. Eles estavam internados no Hospital Rocha Faria desde quinta-feira (28), quando foram resgatados em condições de maus-tratos e desnutridos.
“Eu ficava sem comida, sem água, apanhando, meus filhos também, amarrados, apanhava de fio e enforcava a gente também. Ele já tentou enforcar eu e meu filho”, diz a mulher.
Ela conta que não sabe o que fazer, pois saiu de casa sem nada. "A gente tá precisando de muita ajuda porque estamos sem nada aqui, produto de limpeza, higiene, roupas, alimentação, não temos nada", lamentou.
A mulher lembra que chegou a tentar pedir ajuda diversas vezes, mas o marido deixava o som alto e os vizinhos não conseguiam ouvir. "Ninguém conseguia ouvir. Eu só consegui o telefone da minha irmã tem um ano e pouco. Só que perdeu o contato porque ele tirou o chip. Aí depois eu anotei o número dela, passei para a vizinha, aí a vizinha conseguiu contato com ela. Isso há pouco tempo", contou a vítima.
Ela ainda contou que as agressões só pioravam com o passar dos anos. “Batia de fio e às vezes com pedaço de madeira. Ele já era bem agressivo, mas com o decorrer dos anos foi piorando as agressões”, disse a mulher.
Por G1 Globo