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O Senado Federal estima que gastará R$ 800 mil para restaurar o quadro "Ato de Assinatura da Primeira Constituição", de Gustavo Hastoy. A obra, do século 19, foi danificada durante a invasão ao Congresso Nacional no dia 8 de janeiro, quando bolsonaristas tomaram as sedes dos Três Poderes para contestar o resultado das eleições.
Durante o ataque à casa legislativa, os invasores se penduraram na base do quadro para derrubá-lo. Por isso, a tela se soltou da base da moldura, o que causou marcas e arranhões na pintura.
Segundo o Senado, é necessário substituir totalmente o verniz, porque ele apresenta oxidação. Este será o reparo mais caro entre as 21 peças danificadas, porque o quadro tem grandes dimensões. É necessário o uso de guindastes para restaurá-lo.
A segunda restauração mais cara, avaliada em R$ 250 mil, é a de uma tapeçaria de Burle Marx urinada pelos vândalos. Em terceiro lugar, aparece um quadro de Athos Bulcão, que custará R$ 143 mil aos cofres públicos. A obra, que fica no Museu do Senado, sofreu arranhões provocados por estilhaços de vidro e danos provocados por espuma de extintor de incêndio.
A restauração de todas as obras deve custar cerca de R$ 1,2 milhão. O cálculo é baseado no tempo que os quatro profissionais de conservação e restauração vão trabalhar nas obras e os valores de insumos e equipamentos.
Já na Câmara foram danificadas 64 obras, cuja restauração deverá custar R$ 1,4 milhão.
É o caso da escultura "Bailarina", de Victor Brecheret. Avaliada em R$ 5 milhões, a peça de bronze dos anos 1920 virou um dos símbolos da destruição. A escultura "Muro Escultórico", de Athos Bulcão, sofreu três perfurações, mas voltou a ser exposto no final de janeiro, no Salão Verde.
No STF, a cadeira da presidente Rosa Weber, do designer Jorge Zalszupin, foi arrancada. Além disso, um crucifixo foi danificado e a escultura "A Justiça", de Alfredo Ceschiatti, de 1961, foi pichada.
No Palácio do Planalto, a tela "Mulatas", de Di Cavalcanti, e a escultura "Galhos e Sombras", de Frans Krajcberg, foram vandalizadas.
Outro item danificado no Planalto foi o relógio trazido ao Brasil por dom João 6º, em 1808. A obra foi desenhada por André-Charles Boulle e fabricada pelo relojoeiro francês Balthazar Martinot no fim do século 18. Em razão dos estragos, a Suíça se ofereceu para ajudar o governo na restauração do relógio.
Por Bahia Noticias