Foto: Reprodução Carta Capital
A sanfona de 8 baixos tem o apelido de “pé de bode” e foi o instrumento propagador do forró pelos rincões do Nordeste. Luiz Gonzaga começou a carreira musical com uma delas.
O documentário No Rastro do Pé de Bode (60 minutos), de Marcelo Rabelo, percorre Monte Santo, Canudos, Curaçá e Cansanção, no norte da Bahia, onde encontra mestres que ainda utilizam a antiga sanfona de 8 baixos.
O filme recebeu três prêmios de melhor longa na última edição do Panorama Internacional Coisa de Cinema, na Bahia. A película consta na programação da 16ª edição do In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical, o principal do País para filmes ligados à música, que acontece de 12 a 23 de junho, em São Paulo.
O doc pode ser visto gratuitamente na plataforma de streaming Itaú Cultural Play até o fim da mostra.
O sanfoneiro Rato Branco, personagem central do filme e que morreu de Covid em 2020, vai ao encontro de sanfoneiros. Eles contam histórias e tocam músicas, em um interessante entrelace de antigos instrumentistas do sertão.
O ambiente árido e de vida simples dá aspecto legítimo ao filme, um resgate riquíssimo de sanfoneiros autênticos, do forró tradicional.
As músicas próprias revelam a força criadora desses artistas, ou seja, não são meros replicadores de canções conhecidas do gênero.
O filme mostra um Brasil resistente na sanfona, no triângulo, na zabumba, em meio à avassaladora estilização do forró para um subproduto. Um documentário para ser visto e revisto.
Por Carta Capital